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O Movimento Autêntico é um método somático de pesquisa-prática do movimento, do gesto e da palavra, que tem como objetivo desenvolver uma escuta apurada dos impulsos corporais, explorando uma interrogação: “o que me leva a mover?”. Seu objetivo é propiciar um contato com estes impulsos para que, conscientemente, se possa expressá-los ou contê-los. À medida que a pessoa vai escutando sua própria corrente de movimento interno em constante contato com o externo, vai se apropriando melhor das relações que estabelece consigo e com o mundo, alimentando o fluxo vital que percorre seu corpo e estabelecendo novas e mutantes relações entre o dentro e fora, seu corpo e o mundo, seu corpo e outros corpos. Uma prática que possibilita o exercício da presença com uma constante relação com a criação da vida, propulsora de muitos sentidos, dando forma ao que chamo de estéticas sensoriais. Este ritual contemporâneo se desenvolve a partir da relação Movedor e Testemunha. A estrutura do Movimento Autêntico é: uma (ou várias) pessoa(s) que move(m) e outra(s) que testemunha(m),  atentando para a necessidade de haver pelo menos um Movedor e uma Testemunha. A pessoa que move (Movedor) fecha os olhos para fazer um mapeamento de seus próprios impulsos e decidir se quer externalizá-los ou não. E a Testemunha, de olhos abertos, observa o Movedor e o que acontece consigo próprio na presença desse outro. Trata-se de um trabalho sobre a apropriação do julgamento, interpretação, pensamento, sensações, imagens sobre o outro e sobre si, construindo, assim, um terceiro componente: a Testemunha Interna. Vejo no outro o que está em mim. Também é de mim o que o mundo fala. A Testemunha Interna se presentifica.

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